O dólar opera em alta nesta sexta-feira (25), recuperando parte das perdas da véspera conforme investidores continuavam a repercutir o quadro fiscal. 4a6p3t
Com a agenda esvaziada de indicadores econômicos, as atenções ficavam com as falas recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que voltou a defender o arcabouço fiscal do país.
Dados recentes de inflação e as expectativas sobre o quadro de juros também ficavam no radar. No exterior, a corrida eleitoral norte-americana segue sob os holofotes, bem como os balanços corporativos do dia.
Dólar 6c2542
Às 13h18, o dólar subia 0,74%, cotado a R$ 5,7050. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,52%, a R$ 5,6629.
Com o resultado, acumulou:
- recuo de 0,62% na semana;
- avanço de 3,97% no mês;
- ganho de 16,70% no ano.
Ibovespa 3i6x35
No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,10%, aos 129.942 pontos.
Na véspera, o índice teve uma alta de 0,65%, aos 130.067 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,33% na semana;
- perdas de 1,33% no mês;
- recuo de 3,07% no ano.
O que está mexendo com os mercado 4y596q
Com uma agenda esvaziada de indicadores nesta sexta-feira (25), investidores continuam a repercutir os sinais sobre o quadro fiscal doméstico e sobre a condução da política monetária por parte do Banco Central do Brasil (BC).
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou em mais uma trilha de finanças do G20. Ao lado do presidente do BC, Roberto Campos Neto, o ministro defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal brasileiro, voltando falar sobre a necessidade de o governo conseguir torná-lo crível no médio e longo prazo.
Nesta semana, Haddad já havia afirmado que vai discutir iniciativas relacionadas ao tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reiterando que o fortalecimento do arcabouço vai viabilizar uma melhora das expectativas de mercado para as contas públicas.
Após a adoção de uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica vinha sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas e prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, vai apresentar projetos de controle de gastos.
O tema também tem sido abordado de maneira frequente pelo BC como fator de influência na política monetária. Na véspera, o presidente da instituição voltou a afirmar que as expectativas desancoradas de inflação (quando as projeções do mercado estão longe da meta do BC) e o patamar atual dos prêmios de risco do país preocupam muito a autoridade monetária.
"Temos que fazer a inflação convergir para a meta, esse é o nosso mandato, e explicar como vamos fazer isso. Entendemos que às vezes, no curto prazo, temos que adaptar a linguagem, mas esse é o nosso foco e nossa missão", disse Campos Neto recentemente, em evento promovido pelo banco UBS em Washington, nos EUA.
Com as preocupações fiscais como pano de fundo, o mercado também segue repercutindo os últimos dados divulgados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país.
O indicador subiu 0,54% em outubro, acelerando em relação ao mês anterior (0,13%) e também acima das expectativas do mercado (0,50%). O movimento foi puxado principalmente pelo forte avanço da energia elétrica residencial, que teve uma alta de 5,29% no mês, com a mudança da bandeira tarifária para a vermelha patamar 2, que adiciona um custo de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
O resultado acima do esperado reforça as expectativas dos investidores de que a Selic, taxa básica de juros, deve subir mais nos próximos meses. Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que a "inflação de serviços deve continuar pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e por ganhos salariais acima da produtividade", além da seca e outros fatores climáticos, que podem encarecer itens voláteis, como energia e alimentação.
"Os dados do IPCA-15 de hoje reforçam nossa visão de que Copom precisará seguir com o ciclo de alta da Selic nas próximas decisões, com ajustes de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro", destaca Claudia.
Já no exterior, investidores seguem atentos aos desdobramentos da corrida eleitoral norte-americana, que segue acirrada. Os balanços corporativos do dia também seguem no radar.
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